Bolinho de Chuva - receita super leve!
Sempre tive curiosidade em saber o porquê do nome "bolinho de chuva". Será que foi inventado em um dia de chuva? Será que é porque ele é perfeito para comer, justamente, quando estamos ouvindo o barulhinho aconchegante da chuva?
Bom, se alguém souber o motivo do nome eu agradeceria se colocasse nos comentários abaixo, ok? ( atualização: a leitora Rosemary Sanches Cavicchioli, enriqueceu o post escrevendo sobre a origem do nome bolinho de chuva - leia nos comentários). Mas chega de conversa e vamos a receita. O que mais amo nesta receita de bolinho de chuva sequinho é que ela fica muito leve.
Bolinho de Chuva, receita
Bolinho de Chuva super leve |
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Ingredientes
- 1 xícara de farinha de trigo
- 1 xícara de amido de milho
- 1/2 xícara de leite
- 2 ovos grandes
- 4 colheres de sopa de açúcar
- 1 pitadinha de sal
- 1 colher de chá de fermento em pó
- óleo para fritar (prefira óleo de milho)*
- açúcar e canela pó para polvilhar
Como fazer o bolinho de chuva
- Misture o amido no leite para dissolver
- Coloque os ovos em uma tigela, dê uma leve batida com um garfo e acrescente a mistura anterior
- Acrescente o açúcar e mexa bem (reserve)
- Coloque o óleo para fritar, enquanto isso...
- Misture a farinha, mexa e então acrescente o fermento e mexa levemente
- Com o óleo bem quente acrescente às colheradas a massa do bolinhos de chuva
- Escorra em papel toalha, polvilhe açúcar e canela em pó
Dicas para um bolinho de chuva perfeito!
- * O óleo de milho é excelente para fritar massas doces, pois não deixa sabor
- Varie acrescentando canela em pó à massa de fritar
Rosemary Sanches Cavicchioli
ResponderExcluirrose@fundacentro.gov.br
São Paulo/SP
Segundo o blog M de mulher: O bolinho de chuva, em sua versão original, no final do século XVIII, a receita do Bolinho era feita com mandioca ou cará. O trigo era pouco, caro, vinha de Portugal, e raras eram as receitas com a “Farinha do Reino”. Em compensação, o bolinho era feito com muitos ovos, açúcar, leite, frito em gordura de porco e levava muito da intimidade revelada em nomes carinhosos como Quero Mais, Quero Quero, Desmamados. Nunca teve a pretensão de ser doce de Sinhá, nem ter a delicadeza dos complicados pontos de caldas, das massas moldadas durante horas por mãos finas e delicadas. Sua vocação sempre foi o sabor e o encanto dos olhos das crianças, que ansiavam pela hora em que eles saíam dos tachos dos fogões de lenha, quando eram generosamente polvilhados com açúcar e canela perfumada. Descontraídos, afetivos, leves, por muito tempo foram a comida do entrudo, (o carnaval de então). Eram chamados de Filós de Carnaval, assim, com sotaque português. Levavam o sabor de mãos escravas e, talvez por isso, alguma sinhazinha ciumenta tenha lhes apelidado de Bolinhos de Negra.
Muitas escravas saíram do anonimato para ligar seus nomes a essa receita, homenagem que atravessou os séculos: ainda se encontram cadernos de receitas onde ele é chamado de Bolinhos da Negra Ambrósia ou da Negra Marcionila. Se não mereceu as compoteiras de cristal das sinhazinhas, teve seu lugar de honra nos tabuleiros, forma de ganhar a vida adotada por muitas cozinheiras recém-libertas.
Os tempos novos eram marcados pelos grandes tabuleiros montados nas esquinas e nas praças das cidades. Neles o bolinho era vendido em tamanho maior, enrolado em folhas de bananeira, quentinho, gostoso e muitas vezes recheado com doce de leite ou cocada mole. Logo ganhou o nome de Bolinho de Negra Forra, Bolinho de Estudante e, quando era de tamanho avantajado, chamavam-no Mata a Fome. A mais famosa entre as autoras do Bolinho foi sem dúvida criada por Monteiro Lobato: não há episódio entre as histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo que não termine com Narizinho, Emília e Pedrinho comendo os Bolinhos de Tia Nastácia. Quem não lembra da emocionante aventura do labirinto e do Minotauro que prova o bolinho e fica com os olhos brilhantes? “Pegou outro e outro e outro e comeu a peneirada inteira”. Depois desse dia, tia Nastácia não parou mais de fazer os bolinhos que o monstro devorava sem pausa. “Acabou completamente manso, esqueceu até a mania de comer gente”. “Pois é, foi o bolinho que me salvou”, suspira Tia Nastácia ao ser libertada do labirinto pela astúcia da Emília.
Numa tarde do século XX, alguém lhe deu o nome de Bolinho de Chuva, lembrando a alegria que trazia às crianças nas horas em que não podiam correr ou brincar nos quintais por causa do tempo chuvoso. E desde então o nome ficou definitivamente ligado à sua receita.
Olá Rosemary Sanches Cavicchioli, não tenho palavras pra dizer o quanto estou feliz com sua colaboração.
ResponderExcluirAfinal, conhecimento é sempre cultura, ainda que seja a história de um bolinho de chuva. ;-)
Muito obrigada!
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